[ A FESTA NO CÉU ]
AUTOR: CÂMARA CASCUDO
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ENTRE OS BICHOS DA floresta, espalhou-se a notícia de que haveria uma festa no Céu. Porém, só foram convidados os animais que voam. As aves ficaram animadíssimas com a notícia e começaram a falar da festa por todos os cantos da floresta. Aproveitavam para provocar inveja nos animais que não podiam voar.
Imaginem quem foi dizer que ia também à festa… O sapo!
Logo ele, pesadão, não aguentava nem correr, quem diria voar até a tal festa!
Durante muitos dias, o pobre sapinho virou motivo de piada de toda a floresta. Depois de muito pensar, o sapo formulou um plano. Horas antes da festa, procurou o urubu. Conversaram muito, o urubu se divertia com as piadas que o sapo contava.
Já quase de noite, o sapo se despediu do amigo:
– Bom, meu caro urubu, vou indo. Afinal, mais tarde preciso estar bem disposto e animado para curtir a festa no Céu!
– Você vai mesmo?
– Se vou? Claro que vou! Te vejo lá, sem falta!
Porém, em vez de sair, o sapo deu uma volta, pulou a janela da casa do urubu e, vendo a viola dele em cima da cama, resolveu esconder-se dentro dela.
Chegada a hora da festa, o urubu pegou a sua viola, amarrou-a em seu pescoço e voou em direção ao céu.
Ao chegar ao céu, o urubu deixou sua viola num canto e foi procurar as outras aves. O sapo aproveitou para espiar e, vendo que estava sozinho, deu um pulo e saltou da viola, todo contente.
As aves ficaram muito surpresas ao verem o sapo dançando e pulando no céu. Todos queriam saber como ele havia chegado lá, mas o sapo, esquivando-se, mudava de conversa e ia se divertir.
Estava quase amanhecendo quando o sapo resolveu que era hora de se preparar para a “carona” com o urubu. Saiu sem que ninguém percebesse, e entrou na viola do urubu, que estava encostada num cantinho do salão. O urubu pegou a sua viola e voou em direção à floresta.
Voava tranquilo quando, no meio do caminho, sentiu algo se mexer dentro da viola. Espiou dentro do instrumento e avistou o sapo dormindo, todo encolhido, parecendo uma bola.
– Ah! Que sapo folgado! Foi assim que você foi à festa no céu? Sem pedir, sem avisar, e ainda me fez de bobo!
E, lá do alto, ele virou sua viola até que o sapo despencou direto para o chão. A queda foi impressionante.
O sapo caiu em cima das pedras do leito de um rio; mais impressionante ainda foi que ele não morreu.
Mas nas suas costas ficou a marca da queda: uma porção de remendos!
É por isso que os sapos possuem uns desenhos estranhos nas costas…
[ATIVIDADES E SEQUÊNCIA DIDÁTICA]
OBJETIVOS PEDAGÓGICOS
CONSCIÊNCIA SOCIAL
Compreender as perspectivas e ter empatia com os outros.
Habilidade específica
Desenvolver relacionamentos positivos;
Praticar o trabalho em equipe e a solução colaborativa de problemas.
Capacidade maker
Desenvolver conhecimentos e competências no que diz respeito aos processos e práticas específicas, como por exemplo: usar uma agulha plástica, tecer, criar representações tridimensionais dos seus desenhos.
O ambiente
Coisas que podem voar.
1) ATIVAR PARA ENGAJAR
Leve as crianças para um local aberto e forneça a elas alguns materiais — barbantes, fitas, sacos plásticos, sementes voadoras, pedaços de tecidos leves, esvoaçantes e coloridos, argolas, etc. Pergunte: “Isso consegue voar, girar ou flutuar no ar?”
Coloque uma variedade de materiais pesados e leves em uma bandeja. Provoque-as com algumas perguntas:
“O vento pode carregar isso? O que é vento? O que o vento pode levar? O vento tem força? Você pode pegar o vento? Como você vê o vento? Ele muda de direção?”
Veja inspirações de como usar o espaço como seu aliado aqui.
Mostre um material e pergunte: “O vento pode carregar isso?”. Cada criança, ou uma representante por grupo por vez, testará sua hipótese.
Forneça mais alguns materiais leves, como fitas, penas, pedaços de papel, sementes, folhas, algodão ou linhas, para que seus alunos possam ampliar suas investigações.
Faça um display para o jardim com alguns dos materiais usados.
Reúna os alunos novamente na rodinha e diga: “Observem a tela ‘O Sopro do Maliri’, do artista indígena brasileiro Denilson Baniwa, da nação BANIWA”.
Passeio na natureza: “Olhe ao redor: quantos pássaros você consegue ouvir? E se não houvesse mais pássaros no mundo? Vamos fazer um passeio. Quantos pássaros diferentes conseguimos ver?”
Escolha uma espécie de animal e o represente com rabiscos, massinha, desenhos ou materiais inusitados. Pergunte aos alunos: “Será uma ave? Como serão as suas asas? O seu bico? E as suas penas? Ou será um animal aquático? Como será sua pele? Como respira?”
NOTA: aqui, podemos incentivar os alunos mostrando-lhes imagens em livros, em revistas ou na internet. Abaixo, algumas perguntas e provocações para facilitar a conversa:
O que você vê?
Olhe mais de perto. Quantos animais você percebe?
Quantos desses animais podem voar?
Imite um deles. Seus colegas conseguem adivinhar o seu animal?
Como os animais se sentem na obra?
De quantas maneiras conseguimos agrupar esses animais?
Todos os pássaros voam? O vento ajuda os pássaros a voar? Por que você diz isso?
SENTA QUE LÁ VEM A HISTÓRIA!
Pergunte ao grupo se alguém já ouviu falar da fábula A Festa no Céu. Apresente as ilustrações que estão no site do Aperte o Play. A professora pode escolher entre contar a história para a turma e apresentar ao grupo o audiobook com a versão sonorizada da fábula. São desafios leitores diferentes: ouvir um audiobook sem o apoio das imagens, ou a contação de história pela professora com as ilustrações. Há, ainda, uma terceira opção: apertar o play da história com versão em inglês ou português e apresentar as cenas da fábula simultaneamente. Escolha a que achar melhor para a sua turma!
>> Antes da história:
A turma recebe um convite para uma festa no céu. Nem todos sabem voar. E agora? Espere um momento! O Sapo também mandou uma carta, e nela, a história. Mostre a primeira ilustração e use a primeira parte da Rotina de Pensamento “Começo, Meio e Fim”. Diga: “Essa é a ilustração do artista Sérgio Campante. Ela narra a primeira parte da história. Como será o meio? E o fim?”
>> Durante:
Peça que seus alunos, enquanto assistem e escutam a história, escolham um personagem e, individualmente, observem como ele se sente. Aperte o Play mais uma vez!
>> Depois da história:
“Como o sapo se sentia no começo da história? E no meio? E no final? E o Urubu?” Toque a história novamente (se necessário). “Como o seu animal poderia ajudar o sapo?”
2) BRINCAR PARA CRIAR
Agora, vamos brincar de criar a nossa Carona Solidária? Como podemos ajudar os animais a se moverem de um lugar para o outro? De quantas formas diferentes podemos voar?
Lançando como um foguete; voando como um avião; caindo lentamente como um pára-quedas; flutuando como uma borboleta; deslizando como um pássaro, etc.
Prepare o ambiente para desempenhar o papel de “terceiro educador” — Escolha um ou mais dos projetos abaixo. Construa alguns exemplares e os deixe disponíveis para que as crianças brinquem livremente. Tenha fartura de oferta de material para que todos possam experimentar. Incentive que experimentem hipóteses e ampliem a percepção do design dos objetos. Pergunte: “Quais são as partes? Como se conectam? E se fossem diferentes? Que materiais são usados? Para que serve cada parte? Por que funciona? Por que parou de funcionar?”
Lançando como um foguete — Straw Rockets
Planando como um avião — Planador super rápido
Girando como um helicóptero- Flying Egg Carton craft
Caindo lentamente como um pára-quedas Simple Plastic Bag Parachute
Ajude o sapo a ir à festa no céu! Invente a sua maneira de levá-lo para lá. Siga os passos abaixo, que vão orientá-lo nessa exploração:
Explore ideias;
Faça rabiscos;
Construa protótipos para representar a sua ideia;
Teste e experimente a invenção (brincando);
Refine a invenção;
Brinque e compartilhe;
Converse sobre o que criou.
3) REFLETIR PARA COMPARTILHAR
Para finalizar, e compartilhando com o mundo, escolha uma das opções:
Encene a fábula usando as ilustrações do começo, meio e fim.
Crie três movimentos de dança para representar o começo, o meio e o fim da fábula, e crie uma coreografia.
Crie, com materiais do dia a dia ou com o seu corpo, três sons que ilustrem o começo, o meio e o fim da fábula. Crie, também, uma trilha sonora.
E se fizéssemos uma festa inclusiva na turma ou na escola para mostrar o que criamos? Como seriam os convites? Quem seriam os convidados? Como podemos fazer com que todos possam vir e se sintam bem-vindos e seguros?
Pergunte ao final: “O que você sabia? O que sabe agora?”
Indo além:
Faça um “Túnel de Vento”;
Construa suas próprias pipas;
Leve as crianças em passeios de invenção ao redor de seu bairro ou escola. Utilizando um gravador, peça às crianças que nomeiem as coisas que veem que foram inventadas. As crianças logo perceberão que, além do nosso mundo natural, tudo foi inventado e aperfeiçoado por homens e mulheres;
Crie um canto sobre curiosidades que os alunos descobrem ao observar e pesquisar sobre animais que inspiraram invenções.