[ A CASA DO BODE E DA ONÇA ]
AUTOR: CÂMARA CASCUDO
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A ONÇA ANDAVA PROCURANDO um lugar para fazer a sua casa. Vagando por aí, encontrou um campo bem bonito e decidiu: “Vai ser aqui!”
Sem demora, ela começou a trabalhar naquela manhã mesmo. Limpou, roçou, preparou o terreno. Trabalhou tanto, e o calor era tamanho, que, ao meio-dia, ela já estava exausta. Decidiu ir embora e descansar.
Naquela mesma tarde, um bode estava caminhando por aí, procurando um lugar para fazer a sua casa. De repente, ele viu aquele campo bonito, todo limpinho, e não teve dúvida: “Oba! Vai ser aqui!”
Foi uma tarde inteirinha de trabalho duro. Ele cortou troncos, cuidou das estruturas, arrumou material. Ficou tão cansado que foi embora dormir.
Na manhã seguinte, bem cedinho, quem estava de volta para continuar a obra? Sim, a ONÇA! E quando ela chegou, levou um susto ao ver como estava tão avançada a sua casa!
Não acredito! Vou trabalhar com mais força ainda; tô sentindo que a vida sorri pra mim!
E deixou as paredes todas bem prontinhas. Mas ao meio-dia… ela foi embora descansar.
Na parte da tarde, quem estava de volta à casa? O BODE! Ele nem conseguia acreditar no que estava vendo. Faltava pouco!
O universo sorriu pra mim! Olha o resultado do meu esforço! Agora vai ser rápido.
O bode trabalhou até não aguentar mais.
Ufa! Avancei bastante. Vou deixar o que falta para amanhã! A minha casa está ficando linda.
Na manhã seguinte, mal raiou o sol e a onça já estava na obra. E deu um pulo de alegria ao descobrir que a casa já estava na reta final! Empolgada, não perdeu tempo, e se acabou de tanto trabalhar.
Telhado prontinho, e nem deu meio-dia ainda! Bora descansar!
Chegou a tarde e, com ela, o bode! Ele estava exausto, mal conseguia andar direito de tanto trabalhar. Quando olhou pro terreno, não acreditou no que via.
O telhado está pronto! Eu sou o bode mais sortudo do mundo!
Empolgado, começou a pintar a casa… e acabou! O bode estava muito orgulhoso e começou a arrumar a sua cama para poder descansar.
Só falta colocar a porta, mas amanhã eu resolvo isso. Agora quero dormir!
E adivinhem quem apareceu de madrugada na casa?
A ONÇA! Ela estava encantada com a casa prontinha, pintadinha, com telhado e tudo mais. Quando estava entrando na sala, levou um susto. Tinha um BODE lá dentro. E a confusão começou:
O que você está fazendo na minha casa?
Sua casa? Tá delirando? Essa casa é MINHA. Eu construí!
O quê? Negativo! Quem construiu essa casa fui eu!
Essa casa é minha!
É minha, minha, minha!
Sai daqui, bode!
Saia você, onça!
Cansados de brigar, eles começaram a conversar para poder entender o que aconteceu. Toda a felicidade de ver a casa pronta acabou. É, a casa era dos dois, e decidiram morar juntos. Um dos combinados entre eles é que cada um teria sua semana para caçar.
A primeira semana foi da onça. Ela trouxe um cabrito para o almoço e encheu o bode de pavor. Na semana seguinte era a vez do bode. Andando na floresta, encontrou uma onça abatida por caçadores e teve a ideia de carregá-la até a casa para assustar a onça. E deu certo. Ao ver a companheira morta, ficou espantada:
– Amigo Bode, como foi que você conseguiu essa onça?
O bode nem respondeu e deixou a onça com uma pulga atrás da orelha. Ela não estava acreditando nessa situação e ficou temerosa. A onça, para tentar assustar o bode, disse:
Ô Amigo Bode! Amanhã vou fazer um prato inesquecível pra você. Pode acreditar.
Você nunca mais vai esquecer.
A onça soltou essa e, na mesma hora, bateu um frio na barriga do bode. Ele foi mexer com a onça e agora estava com medo.
Os dois estavam desconfiados um do outro… e foi nessa hora que bateu um vento que acabou derrubando a porta, que estava solta lá fora, fazendo um barulhão!
A onça deu um pulo, assustando o bode.
O bode deu um salto, assustando a onça.
Uma fugiu pela janela; o outro, pela porta.
Correram, correram, correram.
E a casa ficou pra trás.
Pra nenhum dos dois.
[ATIVIDADES E SEQUÊNCIA DIDÁTICA]
OBJETIVOS PEDAGÓGICOS
TOMADA DE DECISÃO RESPONSÁVEL
Avaliar os benefícios e as consequências de diversas ações para o bem-estar pessoal, social e coletivo.
Habilidade específica
Identificar soluções para problemas pessoais e sociais.
Capacidade maker
Desenvolver a capacidade e a desenvoltura necessárias para moldar o mundo por meio do brincar, construir, ajustar, refazer.
O ambiente
Materiais abertos para construir a casa da empatia
1) ATIVAR PARA ENGAJAR
Mostre imagens de locais onde alguns animais moram e pergunte: “Quem mora aqui? O que você nota? O que fica se perguntando?”
Use materiais soltos e não estruturados para que criem algumas das moradas enquanto observam as imagens.
Leve as crianças para um ambiente onde estão peças de papelão que compõem o cenário da história que contaremos. Em cima de uma mesa, prepare o espaço com antecedência, usando peças de papelão menores com encaixes, ou invista em peças maiores, pois são especialmente encantadoras e porque as crianças PRECISAM umas das outras para que a tarefa se realize no mundo real. Veja algumas inspirações AQUI. Pergunte: “Olhando esse cenário, onde nossa história acontece, que tipo de personagens teremos? Que tipo de animal viveria aqui?”
SENTA QUE LÁ VEM A HISTÓRIA!
Pergunte ao grupo se alguém conhece a história A Casa do Bode e da Onça. Apresente as ilustrações com os personagens que estão no site do Aperte o Play. A professora pode escolher entre contar a história para a turma e apresentar ao grupo o audiobook com a versão sonorizada da fábula. São desafios leitores diferentes: ouvir um audiobook sem o apoio das imagens, ou a contação de história pela professora com as ilustrações. Há, ainda, uma terceira opção: apertar o play da história com versão em inglês ou português e apresentar as cenas da fábula simultaneamente. Escolha a que achar melhor para a sua turma!
>> Antes da história:
Olhe para uma imagem de mar — Quem mora aqui?
Olhe para uma imagem de savana — Quem mora aqui?
Olhe para uma imagem de floresta — Quem mora aqui?
Olhe a primeira ilustração. Quem são os personagens?
Do que eles precisam para sobreviver? Do que têm medo? Do que gostam? Como se sentem?
Passeie em um local: “Procure 5 bichinhos que moram aqui. Do que eles precisam para sobreviver? Do que têm medo? Do que gostam? Como se sentem?”
>> Durante a história:
Concentre-se em um dos animais da história — Do que ele precisa para sobreviver? Do que tem medo? Do que gosta? Como se sente?
>> Depois da história:
Por que o bode e a onça não compartilharam a mesma casa e saíram correndo? Por que você diz isso?
2) BRINCAR PARA CRIAR
Materiais Papel Craft
Papel Craft
Papel cartão
Papel de colorir
Papel de construção
Papelão
Conectores
Bailarinas
Pregador de roupa de madeira
Palitos de churrasco
Fios
Barbante
Cola em bastão
Cola branca
Pequenos retângulos de papel
Técnicas de encaixe
Permita que as crianças brinquem com o cenário feito até o momento e pergunte:
“Seria possível criar uma morada igualmente interessante para o bode e para a onça? Do que eles gostam? Do que precisam? Do que têm medo? E como podemos criar uma morada para uma girafa e uma formiga? Ou um papagaio e um elefante?”
Escolha dois animais. Preencha o mapa de empatia e siga os passos abaixo:
>> Tentativa 1 — Usando APENAS dois materiais, crie uma morada para os dois animais;
>> Tentativa 2 — Usando APENAS três materiais, crie uma morada para os dois animais;
>> Tentativa 3 — Usando MAIS de três materiais, crie uma morada para os dois animais.
>> Analise o que todos criaram. Comente os projetos, dizendo…
>> Eu vi…
>> Eu pensei…
>> Eu fiquei imaginando…
Super dica Maker
Cola quente é uma opção encantadora, mas nem sempre é possível usá-la, não é mesmo? Se estiver sozinha nessa jornada, com uma turma cheia de crianças, opte por criar peças de encaixe pré cortadas. Elas serão os seus “blocos de construção’’. Veja inspirações de como usar papelão como material educacional AQUI.
3) REFLETIR PARA COMPARTILHAR
Brinque de cabo de guerra por alguns minutos.
Apresente o dilema da fábula — “Os dois animais construíram a casa juntos. De quem é a casa?”. Use a Rotina de Pensamento Cabo de Guerra. Identifique os fatores que “atraem” cada lado do dilema. Esses são os dois lados do cabo-de-guerra. Peça aos alunos que pensem em “puxões”, ou razões pelas quais eles apoiam um determinado lado do dilema.
Inspirar o lado do dilema. Peça-lhes que tentem pensar também em razões para o outro lado do dilema. Gere perguntas com “E se…?” para melhor explorar o tópico.
Hora de convidar pessoas do nosso local para construir um lugar para contar histórias e brincar: “Onde poderíamos criar esse espaço? Do que precisamos? Quem pode nos ajudar? Que materiais poderíamos usar? Que histórias gostaríamos de ler? Que materiais gostaríamos de ter?”
[INDO ALÉM]
>> Construa coisas em que as crianças possam entrar.
>> Construa jogos com papelão.
>> Crie um espaço temático do mar, da savana ou da floresta para contar outras histórias.