Base Teórica
[ PROJECT ZERO]
A pesquisa do Project Zero [PZ] destacou um objetivo principal e o chamou de Empoderamento Maker: estimular pessoas a ter uma sensibilidade aumentada para como os objetos, as ideias e os sistemas funcionam e ter uma crescente vontade de ampliar a sua capacidade de criar, remixar e imaginar.
Segundo essa pesquisa, para alcançar o Empoderamento Maker, precisamos exercitar essas três capacidades principais: olhar de perto; explorar as complexidades; e achar oportunidades de usar o que aprendemos para criar algo (manual ou digital) no mundo real.
Mas como observar o desenvolvimento dessas capacidades?
Como documentar e tornar visível o processo de investigação durante todo o percurso de aprendizagem?
O PZ sugere o uso de um grupo de ferramentas pedagógicas que organizam e sustentam o pensamento. São as famosas Rotinas de Pensamento5 (Thinking Routines).
[5] HARVARD GRADUATE SCHOOL OF EDUCATION. Project Zero. Project Zero’s thinking routine toolbox [site]. 2022. Acesso em: 26 out. 2022. Disponível em: http://www.pz.harvard.edu/thinking-routines
Elas funcionam como ferramentas para o educador e para o estudante e podem os levar a desenvolver hábitos mentais saudáveis como, por exemplo, ter a crescente inclinação a:
Investigar as interações entre as várias partes e pessoas associadas a questões, textos, obras de arte, etc.;
Desenvolver a capacidade de perceber nuances;
Questionar os valores, motivações e prioridades dos indivíduos envolvidos; e
Planejar e buscar novos conhecimentos para executar projetos.
Para além da Educação Maker, as Rotinas de Pensamento já foram organizadas de diversas maneiras:
por áreas (para a educação artística, para desenvolver a equidade, etc.);
por objetivos pedagógicos (sintetizar, resumir, fazer perguntas, questionar, avaliar, definir, etc.);
por tipo de gatilhos, para promover o engajamento — com ideias, pessoas ou ação.
Mas sabe o que todas as Rotinas de Pensamento têm em comum? São TODAS formas PRÁTICAS de deixar o pensamento visível. São todas formas de capturar o que os alunos estão discutindo, observando e criando juntos. Essa documentação mostra não só o projeto final, mas valoriza o processo de investigação que os alunos percorreram ao longo da jornada de aprendizado. Ou seja, deixa esse processo de aprendizagem visível. E se você quer saber como começar a usar essas ferramentas na Educação Infantil, leia algumas dicas que separamos neste artigo e conheça mais sobre a abordagem Reggio Emilia, que explicaremos abaixo.