[ INTRODUÇÃO ]

Aperte o Play +

"É preciso naturalizar os corpos negros na sociedade. 

As crianças precisam se ver como pessoas possíveis." – Clarissa Brito

Desta vez, nós esticamos ainda mais e trouxemos para essa equação um tema urgente e relevante para a escola que sonhamos existir: a que faz uso de uma Educação Antirracista!

Por que escolhemos esse recorte para a nova etapa do Aperte o PLAY?

A cada 23 minutos morre um jovem negro no Brasil [Atlas da Violência 2020]. 91% das mortes violentas de crianças a partir de 10 anos no país são de meninos pretos [Fórum Brasileiro de Segurança Pública e Unicef]. Especialistas costumam usar a palavra “epidemia” para se referir ao extermínio de jovens negros brasileiros. 

Um relatório britânico com dados levantados por Anne Longfield, ativista pelos direitos das crianças, mostrou que, nas escolas do Reino Unido, crianças negras são “superpoliciadas” e tendem a receber punições mais severas, porque são adultizadas e vistas como menos inocentes.

Um estudo publicado pelo Jornal da Academia Americana de Psiquiatria Infantil e Adolescente analisou que, nos Estados Unidos, crianças negras têm até 3,5 vezes mais chances de receber uma detenção ou suspensão na escola do que as crianças brancas.

O nome disso é RACISMO. 

Enquanto essa lógica e esse imaginário racistas não forem desfeitos, essas crianças continuarão em risco. E o que podemos fazer?


Como educadores, aqui estamos. Para enegrecer o imaginário das crianças. Para batalhar por novas narrativas para as novas gerações. Para apresentar e provocar outras perspectivas. Para revolucionar pelo afeto e batalhar pelo simbólico antirracista na infância. Queremos ajudar a ver e, mais do que ver, agir. Botar a mão na massa. Valorizar o coletivo, a busca por soluções, a mudança de perspectivas que a Cultura Maker traz. Ampliar o imaginário, enegrecer os repertórios imagéticos narrativos das crianças, que a articulação das Leituras Elásticas com a Educação Antirracista apresenta. 

Imagem: Istock - Crédito: FernandoPodolski

Reunimos uma equipe multidisciplinar e diversa para pensarmos caminhos e estratégias para trabalharmos, desde a primeira infância, a construção de uma sala de aula mais inclusiva, mais afetiva, que reconhece o corpo negro como pertencente aos espaços de conhecimento, uma sala de aula que contribui na construção da autoestima das crianças negras, que valoriza a cultura, que coloca em prática a Lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira. Essa lei que completa vinte anos em 2023 e que ainda tem tantos desafios para que seja devidamente efetivada validada, valorizada nas escolas brasileiras. 

Imagem: Istock - Crédito: Jacob Wackerhausen

Vamos precisar de todo mundo nesse desafio!